domingo, 18 de setembro de 2011

Panorama de trabalho - I

A entrevista com Edgar Schatzmann, a leitura de fragmentos do livro Homens em tempos sombrios, de Hanna Arendt, e a audição do cd Canções de cena II, da Companhia do Latão contribuíram no processo de criação das três cenas iniciais. O próximo dia de trabalho será para finalizar as cenas, ao menos será a nossa intenção. Afinal, o processo de criação teatral nunca está encerrado.

Por Maikon K e Samuel Kühn

Projeto na mídia - I

O jornalista Felipe Silveira fez uma entrevista sobre o projeto "Floresta - Dramaturgia para teatro".


Memórias do bairro Floresta vão virar teatro




Os sempre atuantes Maikon Duarte e Samuel Kühn, da Cia. Rústico Teatral, lançam mais um projeto que envolve história, cultura e teatro em Joinville.
Contemplado na última edição do Simdec, o projeto “Floresta” vai contar a história do bairro da zona sul a partir da memória pessoal de seus moradores. O projeto também conta com a participação de Vinicius da Cunha, também da companhia.
Com um viés político, a dramaturgia vai contar algumas histórias de resistência dos moradores do bairro no período da ditadura civil-militar, nas décadas de 70 e 80. Maikon alerta, contudo, que se trata de um projeto artístico, e não político, apesar de que a política esta diretamente atrelada às histórias.
O projeto prevê a criação de uma dramaturgia. Portanto, não há garantias da montagem da peça. A intenção da Cia. Rústico Teatral é levá-la aos palcos assim que possível. Você pode acompanhar o projeto “Floresta” pelo blog Floresta - Dramaturgia para teatro. Confira a entrevista com Maikon Duarte:

PJ - Por que a escolha do bairro Floresta como objeto da pesquisa?
Maikon - A escolha do bairro Floresta ocorreu em função que o Samuel é morador do bairro e eu vivi por lá nos últimos trinta anos. Esse é o meu primeiro ano fora de lá. Vivendo no Floresta, acabamos conhecendo diversos relatos de memórias das trajetórias de militância política e social nos anos 70 e 80, especialmente no que remete à Teologia da Libertação.
Algumas dessas histórias têm um forte teor dramático, como as histórias de batismo na Igreja do Cristo Ressuscitado, na época em que o Padre Fachini esteve à frente da Igreja. Pessoas distintas, inclusive sem se conhecerem ou até mesmo sem saber a existência uma da outra, comentaram a importância do batismo. Então, resolvemos registrar esses fragmentos de memórias individuais para criar uma dramaturgia.
PJ -  Podemos dizem que a abordagem será, então, a partir do viés histórico, de movimentos de resistência? Ou esse é apenas um aspecto do que se pretende fazer?
Maikon - Cara, não podemos negar que tem um elemento político para o tema, mas é um trabalho artístico que utiliza de memórias de um momento em que a comunidade resistiu contra a ditadura civil-militar. O mote, no entanto, não será utilizar o teatro para fazer uma revisão da história local. A idéia é usar fragmentos da memória local para construir uma dramaturgia para teatro. Quem sabe o flerte com a política esteja no campo mais estético do que propriamente político. Estamos no primeiro momento de pesquisa da dramaturgia. Então, não temos como estabelecer uma definição por qual viés será o texto. Posso adiantar que não será uma dramaturgia essencialmente política, naquele modelo que apresenta um problema e aponta uma solução.
PJ - E qual será o processo de trabalho? Quanto tempo até ficar pronto?
Maikon - Agora estamos na pesquisa. Na próxima semana estaremos com as entrevistas. O texto ficará pronto em novembro. Lembrando que será a escrita de uma dramaturgia para teatro, não significa que será montada. Mas claro que o nosso desejo é montar a peça, quem sabe num futuro próximo.
Portal Joinville : http://www.portaljoinville.com.br/v3/?call=noticias.view&id=18503